Wednesday

A Razão da Alma

Tantas palavras poder-te-ia eu escrever
Usar e abusar de imagens e metáforas
Uma míriade de paisagens e palavras caras
Tudo isso para te dizer que tenho de te ter

Dissecar e dissertar sobre os sentimentos
Sobre medos que me assolam e arrebatem
Teus olhos escuros que me isolam e atraem
Tudo para dizer que te quero a todos os momentos

Falar de futuros próximos e presentes tão longínquos
De promessas e juras eternas, ridículas e efemeras
Etéreis como o alcool ainda quem me embriaguem, deveras
Tudo para te dizer que és dona e senhora do meu umbigo

Ainda assim nessas mesmas palavras me acabei por perder
Traído e usado por esta obscura alma de escritor maldito
Às voltas com tudo o que sinto e tenho dito
Com tudo o que não disse e teimo em não querer dizer

Palavras intensas, segundo a minuto
Num espaço sideral, num tempo resoluto
Um sentimento absoluto, sem explicação
Entendo-me pela alma onde me falta a razão